Depoimentos

Clientes, Parceiros, Amigos para a vida toda

Procurei uma academia de Tae Kwon Do quando tinha dez anos, com o intuito de conseguir me defender de um irmão quatro anos mais velho que se portava como tal. Meu primeiro professor foi o Miele, que, com seus ensinamentos nos meus primeiros anos de treinamento, me incutiu valores que trago comigo até hoje. Ele me transmitiu a calma e a paciência, ou seja, o auto controle. Tanto que tive que utilizar as habilidades desta arte marcial somente uma vez fora da academia. Mas o que meu Mestre me fez, fui muito mais do que isso. Se "entrar em um combate já achando que pode perder, é melhor nem entrar, pois já perdeu", vale para os tatames, esta lição carrego comigo até hoje na vida, principalmente na profissional. Hoje, como professor universitário, tenho em mente a responsabilidade que é ensinar alguém, e procuro traduzir o que aprendi com Mestre Miele a como me portar como tal, transmitindo valores que possam fazer alguma diferença nas futuras gerações. Mesmo que seja somente em um aluno, já terá sido o suficiente.

Já treino sobre os auspícios de Luiz Miele em torno de dez anos. Nossos caminhos cruzaram-se de forma engenhosa. Após a procura por diversos professores de arte marcial e de ter escrito para vários, um deles me respondeu, era Luiz Miele. Meu projeto: levar arte marcial ao efetivo do 2 Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo e, para minha surpresa, fiz muito mais que isso, levei até eles alguém que os ensinou não apenas autodefesa, mas sim, saúde, postura, caráter e comprometimento. Isso foi tão marcante que o levou à condecorações militares.

Com ele aprendi não só sobre ataques e defesas, mas a cultivar a história da arte marcial, seus valores e tradições. Não a ufania de um saudosismo cego, mas algo calcado na pesquisa, no estudo, na abnegação.

A história de mestres e doutores nem sempre é aquela que se perpetua no tempo, nem sempre é composta por aquele romantismo juvenil pela qual nos é contada, às vezes nos deparamos com exageros, interesses e meias verdades. Isso, no entanto, não tira os méritos daqueles que vieram antes de nós, dos seus alunos e de toda a bagagem que deixaram: seus treinos e seus métodos. Serve, no entanto, para sabermos que nem sempre o “idealizador” de determinada arte contou como as coisas realmente se passaram, como foi o início de tudo. Que, na verdade, eles não tiveram uma visão transcendental, nem traduziram o canto de um pássaro, nem muito menos foram contemplados com a sabedoria de um espírito elevado, mas que tudo foi fruto de muito treino, de esmeradas repetições, de condicionamento e reforço.

Essas verdades foram-me ditas e me instigaram à pesquisa séria, por esse artista marcial, na verdadeira acepção da palavra, Luiz Miele. Homem honrado, de fibra e de comprometimento, com qualidade técnica acima do que se encontra no oriente, sempre pronto a dividir com seus alunos e a passar tudo a eles, no momento certo e com a intensidade correta.

Àquele que me inseriu nesse mundo sem par e que me ensinou que ser artista marcial é antes de saber golpes, ataques e defesas, é cuidar da saúde do corpo e da mente e, essencialmente, é ter caráter, fica aqui minha homenagem.

Ora, na certeza de que não existe aluno se não houver um professor e que não há razão na existência de um professor se não houver um aluno, digo que nas minhas peregrinações por mestres e academias, nunca encontrei um professor que compreendesse tão perfeitamente essa simbiose complexa quanto Luiz Miele.

A ele meu eterno agradecimento e minha sincera continência, o cumprimento mais honroso que um militar pode ofertar a alguém.

Considero um mestre aquele que pratica o que prega. Miele é um mestre.

Aprendi com este mestre chamado Miele sobre o valor e poder reparatório na respiração.

A saúde e o bem-estar pessoal depende disto.

Aprendi que nas artes marciais, primeiro tenho que enfrentar meus “inimigos internos”, ou seja, a postura inadequada que prejudica o funcionamento do organismo, que o controle emocional é uma arte na vida. Atacar e se defender na vida é uma questão de sabedoria. Ora ter flexibilidade ora agilidade.

Fazer hap ki do e trabalhar com o mestre Miele foi uma profunda aprendizagem sobre mim mesma e sobre postura de vida.

Em diferentes momentos da minha vida - entre outras, 1988, 2001, 2011 - Prof. Miele foi uma presença inspiradora. Um jato de ar fresco, regenerador. Mais do que sua técnica precisa e constantemente, exaustivamente atualizada, o que me fazem bem é seu lado humano Seus questionamentos, ensinamentos filosóficos e práticos. Uma alegria poder compartilhar desta biografia!

São muitas as pessoas que encontrei nesta vida que tem uma forte paixão por uma arte marcial e que dedicaram um tempo significativo ao seu estudo, sua prática e desenvolvimento. Mas destas, são muito poucas que além de um profundo envolvimento e conhecimento de sua arte, conseguiram realmente expressar sua bagagem de alma como o meu amigo Luiz Miele.

Considerando as suas inquietantes buscas pelas autênticas artes marciais asiáticas, em especial as coreanas, a qualidade de suas práticas e ainda a profundidade em seus ensinamentos, podemos afirmar com certeza que o Mestre Luiz Miele é um dos muitos poucos avatares das artes marciais encarnados no Brasil

Mestre !

Me chamo Julio J Junior e digo que em toda a minha vida sempre gostei de esportes, pois sempre busquei uma qualidade de vida que trouxesse benefícios a sáude, não tenho vicios.

Servi ao 2º Batalhão de Polícia de Choque por 25 anos, por ser uma tropa especializada em Distúrbios Civis e Policiamento em Eventos Desportivos e Culturais como: "Shows e Futebol", além de efetuar policiamentos ostensivos através de operações em áreas urbanas, hoje como 2º Sgt PM reformado por 30 anos de serviço prestados, só tenho a dizer que ao longo desses anos tive o prazer de conhecer uma pessoa que muito fez por nós nessa Unidade de Tropa de Choque, um ser simples, humilde, mas de enorme potencial que nos fez a gentileza de passar algum tempo conosco e passando ensinamentos para aqueles que demonstraram interesse pela sua arte e em ter no seu curriculo de aprendizado, uma arte que traz disciplina, concentração, controle e a utilização de sua prórpia energia interior. A essa pessoa que sempre que chegava cedo no Btl, demonstrava um prazer enorme em nos cumprimentar levando a sua mão sempre ao centro na linha do " Ki ", eu o reverencio " MESTRE " . Luiz Eduardo Miele Jr muito obrigado por tudo que nos ensinou, faça chuva ou sol estava sempre lá, infelizes aqueles da tropa que não souberam aproveitar esses ensinamentos quando tiveram sua chance, mas pelo tempo que foi, aprendi muito e tive o prazer de multiplicar junto a tropa, e que hoje muitos sabem utilizar um desses ensinamentos no seu dia a dia, seja na sua casa ou no seu trabalho.

Obrigado ! mas muito obrigado mesmo .......MESTRE.

Um grande abraço

Conheci o Mestre Miele pouco tempo depois de ter começado a praticar Taekwondo na antiga academia Jardins.

A partir dai foram aproximadamente 15 anos que significaram muito mais que treinos, suor e dedicação. Haver acompanhado o Miele quando ele decidiu passar do TKD ao Hapkido (mesmo estando prestes a chegar na preta de TKD) foi uma das decisões mais acertadas que tomei. Para não estender muito a história, o que lhes posso comentar é que mesmo depois de tantos anos sem praticar artes marciais uma boa parte do que sou hoje, e do que transmito para as pessoas no meu dia a dia, é consequência das distintas experiências e aprendizados obtidos com o Miele dentro e fora do Dobok (uniforme de treino).

Ao meu Grande Mestre, Professor, Conselheiro e Amigo, meu muito obrigado!

Conheci as artes marciais desde cedo, ainda garoto imberbe aos 11(anos) quando a pedido meu velho pai matriculou-me numa escola de Karatê Shotokan e ali persisti ate a faixa marrom em meus primeiros anos dentro de uma doutrina japonesa de arte marcial.

Mas meu primeiro contato com o mestre Miele ocorreu quando da divulgação de seu trabalho no Hapkido num vídeo em VHS, onde ele e seus alunos demonstravam várias técnicas da arte coreana, trajados em vestimenta (kimono) de cor preta.

Lembro que fiquei maravilhado com aqueles movimentos e a partir desse vídeo não cessei a procura por esta arte marcial, conhecida como Hapkido.

Infelizmente não havia representantes dessa arte na minha cidade, e durante algum tempo fiquei migrando em várias doutrinas marciais até finalmente iniciar o Hapkido e Taekwondo em outra organização, mas jamais tirei a figura do Mestre Miele de minha cabeça.

Com as voltas e irreverências que a vida oferece, acabei tendo a oportunidade de conhecer pessoalmente o Mestre Miele numa viagem a São Paulo, por intermédio de outro professor em comum.

Foi apenas uma aula, mas o suficiente para fortalecer ainda mais meu respeito e admiração pelo personagem. Na ocasião meu profundo respeito e admiração deixou-me até certo ponto tímido e não pude aprofundar-me numa conversa com o mestre.

Os anos se passaram e finalmente tive outro contato com Mestre Miele. Na oportunidade estava como presidente de uma federação de Hapkido, e convidei o mestre para vir a nossa cidade para um seminário, e qual foi minha surpresa e alegria ao saber que o Mestre aceitou o convite. A partir de então tive a honra de ter um contato mais sólido com o mestre, e até hoje o considero ainda a imagem ideal de artista marcial. Comprometimento com a verdade e seriedade em seu trabalho é o mais marcante no mestre, além de uma integridade ímpar. Devo admitir que modifiquei muito meu conceito de arte marcial depois que estive com o Mestre Miele e apesar de já ter tido muitos bons professores no meu caminho, a presença dele tem uma história especial na minha vida como artista marcial. Esse livro representa um trabalho de uma vida imaculada dentro das artes marciais, sem vícios, sem “falsas” verdades, e com dignidade. O meu testemunho sobre essa pessoa incrível é que serei eternamente grato por ter participado de sua caminhada, ainda que de forma breve e singela, o que me engrandecerá por muitos e muitos anos.

Conheci o Miele no começo dos anos 90, ele dava aulas na Training Club em São Paulo. Cheguei até a academia para treinar outras artes marciais, mas ao assistir as aulas de Hapkido, fiquei tão impressionado que mudei meus planos.

No início, ainda não conhecia sua trajetória de toda uma vida dedicada as artes marciais, eu comecei a treinar com um dos maiores mestres de Hapkido em todo o mundo, sem saber.

Na época o Miele refutava ser chamado de mestre, ele dizia com toda a firmeza que era um professor, na hora eu pensei: só um verdadeiro mestre diria isso!

Perfeccionista, preciso e muito focado, ele é um artista marcial diferente de todos os professores que já tive.

Pouco mais de um ano depois, parei de treinar, mas agora em 2015 o reencontrei, retomando meu treinamento.

É uma honra voltar a ser aluno do Miele, sou e sempre serei muito grato.

Conheci o Miele em março de 1995 quando recomecei a treinar HapKiDo. E com ele treino até hoje. É a pessoa mais envolvida e mais comprometida com suas escolhas de vida que conheci, e fez disso sua profissão.

Com ele aprendi o que é arte marcial e o que é ser um verdadeiro artista marcial. Sua dedicação e disponibilidade de se doar para o outro através da relação professor-aluno é louvável. Transmite a quem quiser e tiver interesse tudo o que aprendeu e continua a aprender sobre artes marciais. Sua vontade de continuar aprendendo é inesgotável. Em vinte anos de convívio, não me lembro de ter ficado sem aprender algo novo e diferente que ele buscou em algum lugar distante, estudando nos livros ou viajando e vivendo intensamente o que tanto buscou. É capaz de interligar diferentes artes marciais através de seus princípios potencializando cada vez mais seus ensinamentos.

E assim continua até hoje. Ele me ensinou e me mostra a cada dia que arte marcial é para todo dia e para a vida toda. Todos têm uma lembrança de um professor que marcou sua vida em algum momento importante. Ele é a minha. A ponto de não ser somente meu professor, mas um grande amigo.

Conheci o Miele em 1984, tive o privilégio de treinar muitos anos com ele e me considero um discípulo direto até hoje!

Posso dizer com segurança que compartilhamos momentos felizes de vitórias e tristes com derrotas, mas sempre com aprendizado e tirando bom proveito de tudo.

Vejo o Miele como um Mestre completo, muito estudioso, tem domínio nas técnicas de perna com chutes incríveis, habilidade com armas orientais como espadas, nunchaku entre outras além de dominar como poucos os golpes de torções e projeções, ainda se dedica as Artes Marciais internas voltadas ao equilíbrio da mente e do corpo! Um grande entusiasta das Artes Marciais Coreanas e Chinesas, tem um amor declarado pela Coréia... Humilde como os grandes sábios e íntegro como um verdadeiro Samurai!!!

Obrigado por continuar me ensinando com a mesma paciência que se tem com um iniciante!

Não tenho palavras para descrever minha gratidão!

Miele, difícil expressar em palavras, aquilo que se aprende com o corpo, espírito e exemplos.

Conhecer uma arte marcial tão rica e complexa, através de uma pessoa que faz jus a tais fundamentos e princípios não tem equivalência (pensei em dizer preço, mas preferi evitar o clichê).

Posso afirmar que, me tornei uma pessoa melhor do que seria, a partir do momento em que minha trajetória cruzou com a do GM Miele.

É assim vem sendo, desde aquele momento.

Para os amigos de São Paulo: tive o privilégio de atravessar um momento delicado da minha vida com o Mestre Luiz Miele.

Sua presença, conhecimento, gentileza, intuição, atenção e sabedoria do corpo e da alma foram fundamentais para eu me reconectar comigo mesma com suavidade e assertividade.

No meu tempo. Do meu tamanho. Caminhamos, conversamos, respiramos, meditamos, treinamos.

Obrigada sempre, Mestre

Você tem MUITO a ensinar e a transmitir!!!

Quanta gente que MERECE precisa alguém assim e… Bom, cá pra nós, alguém assim como você, em termos de maestria em artes marciais é coisa que praticamente não existe.

Fico REALIZADO, ao saber da sua DECISÃO de ABRAÇAR SUA MISSÃO, SEU DESTINO!!!

Você é dos artistas marciais mais completos e íntegros que já vi, em todos os sentidos.

Ao mesmo tempo, soube manter-se, desde o início, sempre de mente e coração abertos para a essência de todas as artes e culturas marciais, sem por isso perder o foco em suas prioridades, a cada momento.

Sempre fui impressionado com a sua capacidade de se reconstruir e de evoluir, sem parar.

No campo da didática, quem teve a felicidade de aprender com você, como eu tive, nem há o que falar. Aprender com você é apaixonar-se pela arte, é compreendê-la em dimensões sempre novas e surpreendentes.

Só quem teve a experiência de aprender com você, Miele, sabe o quanto isso que digo é verdade.

Há pessoas que sabem transmitir técnica, mas não sabem transmitir AMOR pela arte. Há pessoas que sabem transmitir AMOR pela arte, mas não sabem transmitir técncia.

São muito poucos os que, como você, transmitem ambos, a um só tempo, e menos ainda, os que transmitem-nos tanto e tão bem.

A qualidade extrema daqueles que tiveram o privilégio de ser alunos formados por Luiz Miele não deixa dúvidas. Afinal, é pela qualidade dos frutos que se reconhece a qualidade da árvore, já aprendemos em muitas fontes de sabedoria, e muito especialmente, na Bíblia.

O mais importante, porém, não é o que falei até agora.

O mais importante e fundamental é a sua incomparável condição de ser humano exemplar. Humanidade é o mais essencial, embora seja talvez o mais difícil de definir.

Tem a ver com a sua capacidade de ser 100% autêntico, amigo, carismático, líder, exemplo em tudo.

Para resumir, verdadeiro MESTRE.

Nenhum elogio aqui poderia captar plenamente, tudo o que penso de sua competência, capacidade e caráter. MESMO eu sendo altamente “suspeito”, por considerar-me seu irmão mais novo, não conseguiria fazer total justiça a você, com palavras!

Abraços saudosos,

Meu nome é Anderson (AMF) tenho 37 anos e sou Policial Federal, quando era Tenente da tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo (2º BPCHQ), tive o prazer de treinar HAPKIDO com o Mestre Miele por quase 4 anos, neste período nosso grupo de treino adquiriu,além da técnica passada, um auto-controle que foram inúmeras vezes empregados nas ações de controle de distúrbios civis que participamos.

O profissionalismo e dedicação apresentados pelo Mestre Miele durante este período, além de sua amizade, foram primordiais para nosso apredizado, bem como pelo nosso amor às artes marciais.

Obrigado Miele, nosso Mestre e Amigo

Meu nome é S. L. Y. e conheço o Sr. Luiz Eduardo Miele há 30 anos e posso afirmar que se ele disser que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral é porquê provavelmente:

aprendeu na escola, depois pesquisou em diversos livros, procurou vários professores de história, estudou português lusitano, foi a embaixada de Portugal, visitou o Arquivo da Torre do Tombo em Lisboa, localizou alguns descendentes de Cabral e para terminar foi até Porto Seguro só para confirmar.

Ah… e de hobby aprendeu a tocar o hino de Portugal (na gaita).

Tudo isso com um entusiasmo juvenil e já se interessando por um tal de Cristóvão Colombo.

Lembro bem do garoto pentelho faixa azul, inteligente, esforçado e com muito talento para as artes marciais, mas com um senso de humor afiadíssimo...

O Mestre tinha mandado que eu ficasse dando aula de Hapkido no Círculo Militar até que ele voltasse da Coréia, e fiquei pensando em como eu iria fazer para controlar aquela turma terrível, na maioria adolescentes.

Uma inspiração que me chegou do céu, sei lá, me deu a idéia de colocar o engraçadinho talentoso para tomar conta dos outros adolescentes.

Deu certo! O carisma natural que poderia transformá-lo no líder da bagunça o transformou no meu braço direito para disciplinar aquela turma.

Daí em diante ele não parou mais, continuou evoluindo sem parar no Hapkido e em outras artes e logo se tornou um professor renomado.

Uns 10 anos depois, voltou a ser meu aluno no Kung-Fu Shaolin do Norte e continuou sempre buscando, crescendo e sempre aprendendo de diversas fontes.

Para mim é um prazer enorme acompanhar a trajetória brilhante do meu grande amigo Luiz Miele !

Nas artes marciais o que deveria ser fácil é encontrar artistas marciais em busca do aprimoramento; mas não é com que nos deparamos.

Miele é uma das exceções, sem falar na sua amizade e caráter! Muito contente por ter sua amizade ao longo de muitos anos!

Abração!

Comecei a treinar com o Miele em 1997. Desde os primeiros dias de treino, senti uma conexão muito forte com a arte marcial e especialmente com o trabalho proposto pelo Miele. Além de ser um dos melhores artistas marciais que conheci, a sua postura dentro e fora do treino sempre foi exemplar. Consequentemente, o ambiente criado na academia forjou um excelente grupo de alunos, do qual tive o privilégio de fazer parte.

Sempre primamos exaustivamente a qualidade técnica e usamos esta experiência com o corpo para fazer um mergulho interior mais profundo.

Corpo, mente e espírito estão conectados, mas o trabalho inicial com o corpo é mais palpável. Após conscientemente repetir mil vezes um exercício, nossa mente entra em um estado mais conectado, um misto de alerta e relaxado, onde os olhos veem, os ouvidos ouvem e o corpo sente.

Estamos presentes e tudo tem mais vida. Desta forma, conseguimos enxergar melhor a nós mesmos, os outros e o nosso ambiente. A prática nos permite acessar este estado natural da mente com mais facilidade e frequência.

Que tolice achar que isto só pode ser útil do ponto de vista marcial. Quantas possibilidades se abrem! Mielão, tenho muito a lhe agradecer pela fantástica jornada que você me iniciou, de coração, obrigado.

Vamos em frente!

Quem teve a oportunidade de ser aluno de arte marcial de Luiz Miele pôde compreendê-la como arte. Arte naquilo que a palavra ainda carrega pela etimologia – do latim ars, artis, subs. [...] 2) Habilidade (adquirida pelo estudo ou pela prática), conhecimento técnico [...]*. No caso das Aulas de Miele, seus alunos adquirem a habilidade pelo estudo e pela prática: prática consciente e atenta a cada gesto em busca da excelência do movimento. O resultado é a arte, agora também numa acepção mais moderna: uma arte marcial que não busca a guerra, mas a beleza do gesto perfeito.

Perfeito contraponto aos espetáculos sombrios oferecidos pelas lutas midiáticas, protagonizadas por homens e mulheres túrgidos encenando brutalidade.

Miele foi à Coreia buscar na arte daquele país o oriente que nós ocidentais urbanos perdemos em algum momento: nunca o imitar o outro, mas pelo encontro com ele, buscar mais profundamente a si mesmo. O lugar em que Miele dava suas aulas era chamado de academia, mas devia chamar-se mosteiro: lugar de meditação onde abria-se na alma espaço para as instâncias superiores do ser.

Me lembro de estar em um lugar escuro, tomado de um silêncio opaco que fazia com que o meu próprio corpo desaparecesse. Era uma sensação de muita solidão e medo. Eu tinha 17 anos quando vi um homem se aproximando carregando uma luz, me olhou bem fundo, me deu a mão e falou: - Eu sei um caminho. Venha que te mostro. Nunca havia sentido este tipo de amor, de compaixão que só os mestres expressam, pois eles mesmos já passaram por terras sombrias e sabem a dor que é estar perdido e só. Eles mesmos foram acolhidos pela compaixão de outros mestres nesta corrente que remete a tempos ancestrais.

Luiz Miele é este eterno mestre e aprendiz, que ensina e acolhe no seu silêncio luminoso, na sua simplicidade e no seu ensinamento sempre repleto de experiência própria.

Sou eternamente grato pelos seus ensinamentos, pelos treinos de arte marcial, conversas, risadas, conselhos, puxões de orelha, abraços. Uma memória ?

Era uma tarde, dias antes de irmos pra Coréia. Depois de horas praticando e compreendendo a força do Qi ( Ki ou Chi) que produzíamos quando harmonizávamos nossos movimentos, ele aplicando golpes e eu recebendo.

Num momento percebi o convite que me fazia, como se estivesse ali me esperando a horas, dias, anos…Sim, havia uma mente diferente, algo que se criava entre nós e que tinha uma inteligência e potência própria, eu só precisava me entregar e confiar. Num determinado momento a força foi tão grande que voei por quase toda extensão do espaço de treino. Paramos. Lembro do seu olhar, de seu sorriso, um ciclo havia terminado, como se ele tivesse me dado aquela luz que carregava no primeiro dia que nos encontramos. RCP, terapeuta corporal, alguém que seguiu o caminho.

No meio da década de 1980, por intermédio de amigos, soube de que havia uma Academia de TAE KWON DO, Arte Marcial Coreana, perto de minha casa. Não sabia ao certo do que se tratava e, de curioso, fui até lá ver o que era, e logo me interessei. Como era uma academia de bairro, eu reconheci alguns que já estavam lá treinando. E acabei me inscrevendo. Na parte da tarde, antes do horário de pico nas academias, havia certo cidadão e professor chamado Luiz Miele, faixa preta de TAE KWON DO, e de HAPKIDO (outra Arte Marcial Coreana), e foi com ele que eu comecei a treinar.

A maioria dos amigos que treinava foi largando os treinos, na medida em que o tempo passava, mas eu perseverei, e treinei direto com o Miele durante uns seis anos, até que fui morar em Ubatuba/SP, e lá me tornei instrutor de TAE KWON DO. No começo, sempre estive em contato com o Miele, porém, mais tarde e aos poucos, fomos nos distanciando. Passei a vê-lo menos. Só que com o Miele, qualquer Arte Marcial jamais foi e é mera repetição de exercícios e formas, ou um simples modo de se treinar defesa pessoal. Ele sempre instigava seus alunos a procurarem um “algo mais”. Isso sempre foi inerente a ele, tanto assim que seus alunos eram poucos.

Esse “algo mais” eu carreguei comigo durante a vida. Por volta de 1997 eu fui obrigado a parar de treinar e de dar aulas, para trabalhar e fazer faculdade. Só que sempre carreguei comigo esse “algo mais” que havia aprendido a desenvolver em mim, uma base e um fundamento que só entende quem tem, e vinda da Arte Marcial pura e verdadeira, que é ensinada por poucos. O Miele é um desses poucos professores e mestres. Esse “algo mais”, pois, que influencia o caráter e a índole da pessoa, eu apliquei em todas as áreas da minha vida, e ainda aplico, e devo isso ao Miele, amigo e mestre.

A Arte Marcial pode ser desenvolvida sem chutes e socos, e eu fiz isso no tempo em que tive de parar de treinar e me afastei do Miele, por conta da vida. Eu aprendi a desenvolver a Arte Marcial em mim, em tudo o que faço, porque essa é a Arte Marcial ensinada pelo Miele, até hoje. Quando voltei a São Paulo, reencontrei o Miele esporadicamente, por aí, e em 2016 voltei a treinar com ele, reencontrando também o Vítor, amigo e irmão da década de 1980, outro aluno do Miele, tão antigo como eu sou. Não posso deixar de citar outro amigo e irmão meu, o Alexandre Dambisqui, também daquela época, que só não está treinando conosco porque está fora do Brasil.

De todo modo, hoje em dia, como sempre foi com o Miele, somos poucos os seus alunos, mas que temos em comum, principalmente, o fato de termos o privilégio de estarmos em sua companhia, de ele nos orientar nos treinos, e de recebermos os ensinamentos dele, valiosos e profundos, quase que únicos. Ou mesmo únicos, sei lá. Vejo o Miele como um ser humano singular, do modo dele, bastante conhecido e respeitado no meio das Artes Marciais, um bom sujeito em todos os aspectos, mas isso pouco me importa. O que me importa é ser seu amigo e aluno, perto ou longe, por mais de 30 anos.

Miele foi um dos atletas que tive a honra de ter como aluno, potencializando sua capacidade técnica, ele é muito aplicado,com vontade sempre de chegar à perfeição, com muita humildade como fazem os grandes dos esportes de combate. Uma satisfação muito grande poder fazer parte de tua história dentro do esporte. Lutar sempre, pois nos sobram razões para vencer. As conquistas são eternas.

Um grande abraço.

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